A intenção deste blog, além de exaltar a torcida do Corinthians, é resgatar a história do caráter lúdico e do espetáculo que foram abruptamente estirpados dos estádios paulistas e vendidos como solução para os problemas tão complexos da violência.
domingo, 21 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
CORINTHIANS 2X1 INTER 21/11/1976
Um dirigente do Inter disse após o jogo, que a "torcida ganhou o jogo". O Inter, de fato, tremeu com a entrada do Corinthians em campo e com três minutos de jogo já perdia por 2 a 0.
A Invasão Corinthiana - 1976, pelo Canal 100
O vídeo abaixo tem aparecido com um impedimento qualquer. Mas por este link, chegamos até ele:
http://www.youtube.com/watch?v=T6Du65P8cG8
"O Rio é uma cidade ocupada"
Por conta da invasão da torcida do Corinthians em 1976 no Rio, Nelson Rodrigues publica crônica no Jornal O Globo
Invasão Corinthiana por Nelson Rodrigues
Uma coisa é certa: não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia,
acontece a grande vitória. Ainda digo mais: já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim,
quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do
timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavamem procela. Ali , chegavam os
corintianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no
seu caderninho: "O Rio é uma cidade ocupada". Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte. .......
Invasão Corinthiana por Nelson Rodrigues
Uma coisa é certa: não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia,
acontece a grande vitória. Ainda digo mais: já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim,
quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do
timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam
corintianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no
seu caderninho: "O Rio é uma cidade ocupada". Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte. .......
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel.
Um amigo me perguntou: "E se o Corinthians perder?" O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os
corintianos, quando faziam um prévio carnaval.
Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não
entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
Não cabe aqui falarem técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.
A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca.
NELSON RODRIGUES era fluminense e publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, dia seguinte ao Fluminense x Corinthians.
Um amigo me perguntou: "E se o Corinthians perder?" O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os
corintianos, quando faziam um prévio carnaval.
Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não
entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
Não cabe aqui falar
A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca.
NELSON RODRIGUES era fluminense e publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, dia seguinte ao Fluminense x Corinthians.
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